segunda-feira, 5 de julho de 2010

Como superar as desigualdades de mulheres, negros e indígenas?

Qual a posição da militância do PSB?

A liderança do PSB na Cãmara anuncia: “Mulheres, negros e indígenas reclamam mais participação no Congresso.”

Seminário sobre a Subrepresentação da Sociedade no Parlamento Brasileiro

Objetivo: Trazer para a discussão interna do Parlamento a questão da subrepresentação de significativos setores ou grupos da sociedade (negros, mulheres e indígenas).. Para enriquecer a discussão é importante também conhecer o pensamento da sociedade organizada e os conhecimentos e análises produzidas sobre o tema.

No seminário“A sub-representação da sociedade no Parlamento brasileiro” realizada no dia 30 de junho na Câmara dos Deputados, se efetuou a pergunta porque a baixa representatividade, e como os partidos políticos tem enfrentado esta situação.

A pergunta muito repetida, de forma simples em todos os setores. Por que negro não volta em negro? Mulher não vota em mulher, pobre não vota em pobre?

Várias respostas existem, nesse seminário, ecoou forte como um tambor, uma voz de uma militante a representante da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), ressaltou que há um limite para a atuação dos movimentos sociais. "Nós nos articulamos, colocamos nossas pautas, mas no Congresso há sempre uma barreira". Maria Cristina Mendes é vereadora pelo PSB em Macapá – Amapá.

A vereadora Maria Cristina do Rosário Almeida Mendes, coloca de uma forma direta. Ecoando com voz clara e firme:

“como existem poucos negros e negras no poder, eles não conseguem agregar número suficiente de aliados”.

A postura da vereadora corta firme: "Foi o que ocorreu com o Estatuto da Igualdade Racial agora no Senado, em que até uma vírgula é questionada"

Na opinião da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), militante em defesa dos direitos da mulher levanta: “o problema deve ser enfrentado nos partidos políticos. A parlamentar ressaltou que, durante a discussão da reforma eleitoral, as mulheres reivindicavam cota de 30% dos recursos do fundo partidário, mas conseguiram apenas 5%.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) lembrou que vários partidos estão adiando o registro de suas candidaturas porque não conseguiram cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas. Na opinião do deputado, isso pode ser consequência "da resistência de mulheres que não querem ser inscritas como ‘laranjas’ apenas para cumprir a lei".

Quando se ouve vozes firmes dizendo Mulheres, negros e indígenas defenderam que sem representação política não há como superar as desigualdades. Pergunta-se quem são?

A fragilidade dos movimentos populares e sociais, na hora de votar, é algo que em São Paulo, temos sentido com tristeza.

Procurei saber quem é Maria Cristina do Rosário Almeida Mendes, vereadora do Amapá e fiquei orgulhoso, de ver uma descendente de Zumbi e Dandara.

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Cristina Almeida, Macapaense, negra, 41 anos, casada, sua família tem raízes na comunidade negra do Carmo do Macacoari. Em 2002 foi Secretária de Estado da Indústria, Comércio e Mineração. Em 2003, assumiu a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Turismo , em Macapá. De 2003 á 2006 foi Superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA/AP.

A vereadora Cristina Almeida PSB, foi eleita em 2008, em Macapá como a terceira mais votada.

Foi candidata a senadora pelo PSB em 2006.

A sua trajetória mostra também um importante postura. A companheira do Movimento Negro, militante atuante em defesa das comunidades quilombolas do seu estado Amapá, ocupou cargos de destaque. Como Secretária de Estado da Indústria, Comércio e Mineração e, assumiu a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Turismo, Superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Um espaço como cidadã, digna e capaz. Suas posições lembram Esmeraldo Tarquinio do então MDB, prefeito eleito e impedido de tomar posse pela ditadura em 1969.

Tarquinio

Tenho lido o livro do jornalista Antonio Lucio secretário e amigo de Esmeraldo Tarquinio, 40 ANOS DO SILÊNCIO POLÍTICO, livro obrigatório para se ler. Antonio Lúcio fala sobre a trajetória deESMERALDO Soares TARQUÍNIO de Campos Filho. Vereador em Santos, eleito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1959, líder do Prefeito José Gomes na Câmara Municipal de Santos, integrou a dissidência do partido que formou a Ação Socialista e se fundiu com a dissidência do antigo PTB que formou o Movimento Trabalhista Renovador (MTR) liderado por Fernando Ferrari, partido pelo qual se elegeu em 1962, deputado estadual à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, com 7.193 votos, a maioria dos quais, 5.800, conquistados

Em outubro de 1968, foi candidato à Prefeito de Santos pelo MDB e eleito com mais de 60% dos votos válidos.”

Foi cassado pela Ditadura em 1969, antes de tomar posse.

Ouvi em 1982 nas reuniões da Rua Madre Teodora onde se reuniam os militantes negros do PMDB, junto com o então candidato Franco Montoro. A promessa de se eleito governador haveria uma Secretaria a ser ocupada, por um dos participantes. O espaço era a Secretaria da Justiça a ser ocupado pelo nosso companheiro, Esmeraldo Tarquínio.

Ouvi de sua boca uma frase que repito até hoje:

“Negro, mas não somente negro!”

Um espaço como cidadão, digno e capaz.

Em 1969, Esmeraldo eleito prefeito de Santos, não tomou posse cassado pela Ditadura.

Tarquinio 1 Em 1982, quando certamente seria eleito deputado estadual, e ocuparia uma secretaria no Governo Montoro. O socialista Esmeraldo faleceu em 10 de novembro, cinco dias antes da eleição.

O cargo da secretaria nunca foi ocupado.

Vejo as histórias de Cristina Almeida do Amapá, e o meu coração bate forte como o tambor que ela leva na voz em defesa dos oprimidos.

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