sexta-feira, 9 de julho de 2010

“Epopéia Paulista”

Há poucos dias, uma surpresa, encontrei uma moça recém vinda de Montes Claros, norte de Minas. Sempre me emociona porque meu pai Tenente Ferreira, é de uma cidade na região, Riacho dos Machados, região de quilombos. Em 1958, quando meu pai faleceu em São Vicente SP, de causas naturais (vocês vão entender o porquê coloco dessa forma), ele tinha a intenção de voltar a Riacho dos Machados.
Havia saído de casa com 13 anos, e nunca mais retornara. Nem havia tido mais contatos com os parentes. Hoje em 2010, é meio difícil entender essas distância e afastamentos. Poucas estradas, telefone era um luxo.

Recordo que por 1952 e 1958, telefonar era uma aventura. Não havia telefones em casa, os telefonemas eram feitos nas centrais telefônicas. Em São Vicente, na época de temporada, fazia-se fila de dar volta em quarteirão, lembro-me que para fazer um telefonema para São Paulo, demoramos mais de oito horas. Imagine as estradas, na época a via Anchieta estava sendo ampliada, e já o percurso entre São Paulo e a baixada de Santos, era uma aventura.

Imagine enfrentar 1000 km, distância entre São Paulo e Montes Claros, e de Montes Claros até Riacho dos Machados, é de aproximadamente 160kms. Era a intenção do meu pai, voltar a cidade natal. E como num planejamento estratégico militar, ele com mapas, riscava, anotava e conferia. Eu garoto com mais ou menos 11 anos, perguntava ansioso: Pai quando vamos?
Ele respondia meio desapontado, é muito longe, só de avião e não há avião direto. É muito caro, mas aí voltava animado para seus cálculos e planos.

Um dia voltando do trabalho, era militar reformado, na época tinha uma imobiliária em frente do Edifício Gaudio na praia do Gonzaguinha, caiu na rua e morreu.
Foi bem em frente do Hospital Municipal. Socorreram imediatamente, mas como se dizia na época: “morreu como um passarinho”.

Nunca tive condições de retornar a Riacho dos Machados.
Edi este é o nome da companheira de Montes Claros, um dia fez no escritório do Chinelo, sindicalista de Araçatuba, uma comida para os companheiros. Apressado conversando, fui me deliciando, sem saber muito ou me importar com o que estava comendo. De repente parei um gosto conhecido, me fez atentar.

Era quiabo com abóbora, comida de infância, comida dessas que fazem bem para a alma.
Porque essas memórias no dia de hoje? Feriado de 9 de julho de 2010, há 68 anos em 1932, ocorria a Revolução Constitucionalista em São Paulo.


clip_image002Meu pai socialista militar do Exército participou do Movimento Tenentista, nas revoluções de 1920, 1924, e em 1925 participou da coluna Coluna Miguel Costa-Prestes, com a tropa que saiu de São Paulo, para juntar as tropas vindas do Rio Grande do Sul. Pregando reformas política e sociais, denunciavam a miséria da população. É considerado a atividade guerrilheira mais intensa da história.
Participou da Revoulução de 1930, junto com o movimento tenentista. Em 1932 meu pai o Tenente Ferreira, com outros camaradas de arma, contra os desmandos e autoritarismo, juntou-se a Revolução Constitucionalista, que hoje é comemorada, mas esquecidos seus ideiais e projetos.

Nessa revolução meu pai por pouco escapou de se tornar um héroi.
Sua perna esquerda, quase foi estraçalhada por metralhadora, na chamada batalha do Tunel da Mantiqueira (ou tunel de Cruzeiro) no Vale do Paraíba, os ex-combatentes colocam como o local mais sangrento da Revolução de 32.


clip_image004Tunel da Mantiqueira, 1932.
http://peregrinacultural.wordpress.com/2008/10/04/metralharam-o-aviao-da-ditadura-revolucao-de-1932/

No hospital, tentando se recuperar, numa noite a enfermeira disse chorando: “- Tenente Ferreira, pela manhã os médicos vão corta sua perna. É bem capaz que o senhor morra.”
Meu pai no meio da noite fugiu do hospital. Voltou para casa, havia nascido minha irmã Cida, e ele não havia visto. Pensou em viver.
Não morreu, não se tornou héroi!


Sua perna sarou, quase não se notava no andar, mas quando de calção a enorme cicatriz,na coxa quase sem carne, mostrava de que fibra são feitos os homens.

Um risco de baioneta no braço, uma falange no dedo faltando (“-ficou no carregador automático da metralhadora” contava). Uma cicatriz redonda no meio do peito, quase uma medalha, sinal de uma bala não retirada perto do coração.

Um sobrevivente que morreu de morte natural, “como um passarinho”...
Lembro muito bem de pai meu cantando, uma embolada, que depois vim saber que era de Manezinho Araújo, hino popular na década de 30:


“Pra onde vai, valente?
Vou pra linha de frente,
Tava na feira
C'a pistola e um cravinote
O muleque deu um pinote
Me chamou mode brigá.
Pego no meu punhá
Enfio a faca, o sangue pula
Moleque você não bula
Com Mané do Arraiá.
Veio um sordado
C'um boné arrevirado
Com dois oio abuticado
Que só cachorro do má.
Botou-me a mão
Home, me disse, você tá preso
E eu fiquei c'um braço teso
Na cara lhe quis passá.
Pra vadiá
Eu sou caboco bom na briga
Mas só gosto da intriga
Quando encontro especiá.”
http://www.youtube.com/watch?v=TiiK998JVTY
Músicas trazem emoções contidas, de épocas antigas.




A companheira Silvana, se emocionou ao ouvir “Prá onde vai Valente”, música que cantava na sua infância. Com vitalidade, milita e agita ela é de 1938.

Nunca soube de meu pai sua idade correta, não tinha certidão de nascimento, mas uma declaração de idade, que anunciava como nascido em 1901, minha mãe dona Jadyr, comentava: “Ah! Esse Ferreira, tirou uns vintes anos da certidão.” O velho Tenente Ferreira sorria...

Não se tornou herói morto, vivo gerou mais filhos, uma filha e eu que sou a raspa do tacho, nascido em 1946.
Aos tantos heróis anonimos dessa Revolução d e 1932, mortos e sobreviventes do conflito, nossa homenagem.

Ao meu pai Tenente José Ferreira da Silva, forja do meu cárater e vida. A homenagem do seu filho.


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Cartaz da Convocação



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Escadaria da Catedral da Sé


O povo acorria às ruas abraçando e beijando os bravos soldados paulistas clip_image009
que partiam para lutar pela Constituição

 

 

 

 

 

 

  

Mulheres, índios e negros participaram da Revolução de 1932





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A colaboração da mulher paulista na campanha foi inestimável. Elas honraram a
tradição



Os voluntários se apresentaram imediatamente. Todos queriam combater pela clip_image013causa da legalidade. Pela causa de São Paulo e do Brasil.
Na foto, um contingente de voluntários da revolução de 32, constituído por índios.
Eles demonstraram excepcional fibra em todos os combates





 






clip_image015Ao som de dobrados marciais, as tropas revolucionárias desfilaram pelas ruas da capital paulista, debaixo de estrondosa manifestação
 
 

 
 



A "legião negra", constituída por elementos de cor, revolucionários clip_image017
 





Fotos e textos
http://www.novomilenio.inf.br/festas/1932sp04.htm






 




 
clip_image019 Chefe do Estado Maior o coronel negro do exercito Palimercio de Rezende
No exercito no século passado, era uma forma do negro, se afirmar como cidadão pleno.


O Exército brasileiro contou com apenas cinco generais negros ao longo de 358 anos de história, apesar da grande participação deles no contingente total. A informação faz parte de uma pesquisa do jornalista Sionei Ricardo Leão, cujos dados integram o documentário "Kamba Racê" sobre o papel dos negros na Guerra do Paraguai”
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/95653.html






O Tenente José Ferreira da Silva, entrou analfabeto no Exército, estudou e formou-se oficial na Escola Militar do Realengo, na ocasião de sua morte estava reivindicando a promoção de patente para o posto de Coronel. Idêntica aos seus colegas de turma e de caserna.




A esses tantos heróis de nossa história, a letra de "Mestre Salas dos Mares", de Renato Vargas, em homenagem ao marinheiro negro João Cândido, “almirante negro”, “dragão dos mares” mostra os seus monumentos:


“Mas salve
Salve o navegante negro que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo”


Maiores dados sobre a revolução de 32:

A revolução em fotos

Excelente trabalho histórico, documentado com fotos da época.

http://www.novomilenio.inf.br/festas/1932sp00.htm

A Legião Negra : Os Negros na Revolução Constitucionalista de 1932

de Mauricio Pestana leitura fácil, o desenho ágil em quadrinhos
http://www.geledes.org.br/afrobrasileiros-e-suas-lutas/a-legiao-negra-os-negros-na-revolucao-constitucionalista-de-1932.html

Conduta ética e a indiferença

 
Pensamento filosófico da Viviane Mosé (que admiro) é um incentivo às pessoas para que não desistam, ou não se acomodem.
Colaboração Ricardo Pignatti

“Uma conduta ética é, antes de tudo, uma tomada de posição, uma atitude. Por isso, nada mais é antiético do que a indiferença.
Estar indiferente é abandonar toda a tentativa de interferir nas coisas, de mudar. O que acaba tornando a violência, a corrupção, o desrespeito, um hábito.
A indiferença é a banalização do mal.”
clip_image002
A filósofa Viviane Mosé em palestra sobre os valores socias na Assembléia Legislativa do Espírito Santo (Foto: Divulgação/Assembléia Legislativa do ES)
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL102809-5604,00-PARA+VIVER+DA+FILOSOFIA+E+NECESSARIO+TALENTO+E+PAIXAO+DIZ+FILOSOFA.html
Doutora Viviane Mosé, Filósofa e Psicanalista

clip_image003Poeta e psicanalista. Nasceu em Vitória. Registra suas performances poéticas em eventos como CEP 20.000 do Rio de Janeiro. Lançou os livros de poesias ‘Receita para Lavar Palavra Suja’(Arte Clara), ‘Desato’(Record) e ‘Toda Palavra’(Record). Organizou o livro de poesias’Reino dos Bichos e dos Animais é o Meu Nome’, de Stela do Patrocínio – interna do Hospital Psiquiátrico de Engenho de Dentro. E escreveu e apresentou o quadro “Ser ou não Ser”, do Fantástico, na rede Globo.
http://flaprj.wordpress.com/participantes-2008/
Colaboração Ricardo Pignatti - – Presidente do PSB –Mirante do Sul

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pensamentos: Preta Chaves “Eu sou neguinha?”

Explicação:
 
Tenho recebido emails sobre o Blog, e estes recebi ontem da Preta Chavez. Não a conheço pessoalmente, ela é de Indaiatuba, filha da D.Zezé do Edimur, velho parceiro da antiga.
Há quase 25 anos não o encontrava. Na Convenção do PSB, ele atravessou a Avenida da Liberdade correndo, quase foi atropelado.
Desse reencontro, começou uma troca de emails, surgiu aí Preta Chaves, que citei no post “Eu sou neguinha?”, somente como “Preta......”.
Ontem mantivemos uma série de emails. Solicitei autorização para publicar. Preta Chaves concordou.
Mostra o que uma parcela de jovens pensa.
Ia dar uma formatada, mas acredito que a forma de emails é a mais certa de mostrar como foi essa troca de sentimentos.
Apenas dei uma arrumada para facilitar a leitura:
 

Pensamentos da Preta Chaves : “Eu sou neguinha?”

erika Preta Chaves
qua 7/7/2010 21:17
Já estou cansada de ver injustiças nesses pais, principalmente no que se diz respeito aos negros.
Claro que ninguém é igual a ninguém assim como nem todos pensam igual, mas para mudarmos definitivamente várias coisas deveriamos seguir a mesma linha de raciocínio.
O negro tem o menor salário, o negro não esta no poder...até quando???
Nos negros não devemos nos deixar oprimir, temos que levantar a cabeça e lutar, lutar e lutar. Nada vem de graça se você não trabalha você não come e isso é muito justo, já que temos que lutar para viver porque não lutar um pouco mais para viver um pouco melhor???
Engraçado né se uma mulher branca "faz um barraco" na porta de um banco, as pessoas dizem: "Olha ela é corajosa, ela fala não tem medo, etc". Agora se é uma negra "Tinha que ser preto pra fazer isso, é maloqueira" e dai por diante.
Porque é bonito uma branca expor seus pensamentos e uma negra não? Já vivi uma situação dessa e tive que aturar o povo me olhando com cara de aberração, ainda bem que não ligo, fiz e não me arrependo até porque todas as outras vezes que fui ao mesmo banco nunca mais tive problemas.
A mulher negra não pode ser a atriz principal, mas pode ser a cozinheira sempre, não pode ser gerente, mas limpar o chão pode, não pode ser deputada, mas ser copeira pode, mais uma vez pergunto até quando?
Ao longo de meus 28 anos já tive muitas experiencias na vida, algumas boas outras nem tanto, mas que me fizeram ser essa pessoa que sou hoje Érika dos Santos Chaves também conhecida como Preta Chaves.
Não tenho medo de expor meus pensamentos, entro e saio de onde eu bem entender, procuro sempre usar a educação que recebi de meus pais, mas quando não tem jeito uso a que eu mesma desenvolvi para sobreviver.
Eu nasci pra fazer a diferença, tenho orgulho de ser quem sou e não troco, não vendo e nem alugo a minha vida, os meus pensamentos e muito menos o meu modo de ser. Se agradei bem senão amém nem Jesus agradou a todos imagina eu.
Preta Chaves

Date: Wed, 7 Jul 2010 21:27:06 -0300
Preta
Tá tão bonito dona Pretinha chegou, lemos e ficamos com os olhos mareados.
BOA DONA PRETA CHAVES!!!!!!
Vamos publicar no blog?
Força e Fé
Mano velho Hugo

qua 7/7/2010 21:33
Pode publicar sim.
Acabei de deixar uma opinião lá
.
1 comentários:

Preta Chaves disse...
Esta ótimo oq acabei de ler, Hugo parabéns.
Pra ser negro não precisa ter a pele negra e sim o coração o orgulho.
Ahhhh se todo negro fosse assim...se valorizariam mais e deixariam de "abaixar" pros outros.
Eu tenho orgulho sim sou Érika ou Preta Chaves como preferir, sempre de cabeça erguida, lutando, correndo, só não posso parar...tenho muito oq fazer ainda.
E eu acredito que um dia vamos ser respeitados em todo e qualquer lugar, mas para isso temos q nos UNIR pra mudar essa realidade em que vivemos.
PODER PARA O POVO PRETO!!!
Preta Chaves
7 de julho de 2010 21:32 clip_image001

qua 7/7/2010 21:40
Eu sou aquela pessoa que não me importo se vc me acha bonita até porque eu soumaravilhosa, não me peça pra usar salto se quero usar tenis, é feio??? e daí eu gosto
Ouço RAP adoroooooo sabe pq? Retratam perfeitamente a cara da periferia "a mais as letras são agressivas"... não são não, a realidade incomoda e é isso q o rap faz mostra a realidade.
A intenção da música é alertar mas tem aqueles que a absorvem e fazem oq diz nas letras, fazem completamente ao contrário.
As pessoas criticam sem saber. É a mesma coisa uma pessoa criticar uma religião sem nunca ter participado de um culto pra saber como é. Oh mania feia né, só pq fulano falo é daquele jeito... É mais facil perder um tempinho e comprovar do que sair falando sem saber como realmente é, concorda comigo?
sou uma pessoa de muitas ideias boas, algumas acredito q duras demais mas nenhuma foge da realidade pode ter certeza, e eu tenho certeza que vou conquistar muitos espaços e fazer com que muitos ouçam a minha voz....
.
Preta Chaves

Date: Wed, 7 Jul 2010 22:00:09 -0300
Dona Pretinha falou que você é sacudida.
É Phodida mesmo!!!
Nos enche de orgulho.
Hugo e Josiani

qua 7/7/2010 22:02
Foi uma pena não nos encontrarmos no dia da Convenção, mas com certeza oportunidades não nos faltará.
Eu sou meia doida mesmo,rsrsrsrs.
Preta Chaves

qua 7/7/2010 22:07
Vc é da tribo!
O que é ser normal?
Deve ser muito chato!
Força e Fé
Mano velho Hugo

Date: Wed, 7 Jul 2010 22:10:01 -0300
Amanhã  eu dou  uma formatada e publico a tua emoção!
Tamos juntos, nossa irmã de fé, camarada!

qua 7/7/2010 22:24
Belezinha então eu só escrevi nem me atentei a erros de portugues, rs faz parte.
Tamos juntos sim, vamos unir nossas forças e vamos ver no que dá.
Preta Chaves

Date: Wed, 7 Jul 2010 22:37:48 -0300
Boa noite Preta
Estamos amparados, pelos que se foram e se manifestam nas nossas palavras.
Encontraremos nossos irmãos, e aliados.

qua 7/7/2010 22:39
Boa noite Hugo
Concordo com vc viu.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

“Eu sou neguinha?”

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A música forte de Caetano bate em formas muito diferentes. Já houve acusações de ser uma letra racista, de estar havendo excesso do patrulhamento do politicamente correto.

Creio que se pode abordar com mais detalhes. O que tenho pensado é porque a música pega como chicle? Por que a letra penetra na alma?

Deve ter mil e duas mil razões. Tenho pensado, “Eu sou neguinha?”, traz o momento de indefinição, se você vai ou não vai, se é ou não é.

É a encruzilhada!

A música e letra trazem infinitas mensagens inconscientes. Pega geral!!

“No tempo em que eu sonhava” (Belchior) e fazia poesias nos botecos, caminhando como Agostinho Neto, militante e poeta (presidente emérito de Angola), mostrei as pobres letras a um amigo. Ele leu e perguntou: “Você escreve de cara limpa?” “Tá tudo muito direto!”

“Eu sou neguinha ?”, não é direto, entra por diferentes formas na sua cabeça:

Eu Sou Neguinha?

(Caetano Veloso)

“...
Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais que coisa à toa, boa boa boa boa boa
...
Bunda de mulata, muque de peão
Tava em Madureira, tava na bahia

No Beaubourg no Bronx, no Brás e eu e eu e eu e eu
A me perguntar: Eu sou neguinha?

...
Eu não decifrava, eu não conseguia
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?”

A música surgiu em minha cabeça numa reunião, quando um jovem de pele “parda” (arghhh!), disse que não quer ser olhado como negro (a história é longa, mas tão interessante que conto em outra ocasião). Assumia suas origens afro, mas que hoje isso era coisa do passado.

Pensei tempos de Obama, pós-racial, raça só existe uma: a Humana.

Sou velho militante da fundação do MNU (Movimento Negro Unificado contra a discriminação racial 1978). Como dizia e escrevia um antigo “líder do movimento negro” que tinha espaço na alta mídia, “esses negros com um discurso antigo, ressentido...” Sou um dinossauro, mas muito bem atualizado.

A questão não é isolada, a uma reunião, nem a posição do companheiro que não quer ser classificado como negro. O jogador Neymar do Santos, fez uma declaração polêmica dizendo não ter sofrido preconceito “por não ser preto”.

clip_image004 Jogador Neymar

Quem comprou essa discussão foi o ex jogador Paulo Cesar Cajú, em entrevista para Folha de São Paulo, perguntando: Neymar é amarelo?

Campeão do Mundo com a seleção de 1970, o ex-jogador Paulo César Caju ataca a desunião da categoria no Brasil e diz lamentar a falta de consciência dos atletas negros

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Folha - O que acha da frase do Neymar dizendo que não se considera negro?
Paulo César Caju - Qual a cor do Neymar? Pelo amor de Deus! Essa é a diferença entre o americano e o brasileiro. Americano fala: "Eu sou negro". Não tem essa de mulato. Tem raça preta, branca e amarela. Neymar é amarelo?

(texto pode ser lido em http://www.geledes.org.br/sos-racismo/neymar-e-amarelo.html)

A questão não é nova, Ronaldinho levantou a polêmica ao dizer em alto e bom som que não é negro. Nem mesmo sua retratação serviu para pôr panos quentes no assunto.

A revista Raça Brasil, na época reuniu jovens, e fez uma matéria fantástica:

“ SER NEGRO É UMA QUESTÃO DA COR DA PELE?” Merece ser relida hhtp://racabrasil.uol.com.br//Edicoes/88/artigo9206-2.asp

É a visão de jovens que se assumem como negros independentes da cor da sua pele. Não é fácil até hoje nos meu quase 65 anos, sou cobrado, pela minha afirmação étnica. Sou negro, mas não apenas negro! (Esmeraldo Tarquinio).

“Mas o cara é branco!”, “O branco que pensa, que é negro”, e até de “Racista”, foram várias frases que ouvi na minha vida, (já um tanto longa...rsrsrs).

Hoje para quem não me conhece, é estranho ver os velhos companheiros, hoje negros velhos respeitáveis, desses que os moços fazem questão de chamar de senhor, me considerarem um militante “companheiro negro das antiga”. Hoje somos a Velha Guarda, atuante e consciente.

Não é fácil no Brasil, se auto-afirmar. Mas é uma questão vital.

Fiquei contente de receber o email, de uma filha de amigos, o Nick dizia com orgulhoso: “Preta...”, há jovens e jovens....

O cantor Gerônimo, em 1987, colocou o Brasil para cantar o refrão: Eu sou negão
Meu coração é a liberdade
Gerônimo do Curuzu ilê, tem a pele clara.

Amigos me diziam, quando uma pessoa de pele clara, se afirma como negro. Quem tem a pele mais escura, e se afirma como branco, como fica?

“Eu sou neguinha?” Aí cabe muito bem, a questão!

Banda Fanstasmão

Estou encantado com um grupo de jovens de Salvador. A Banda Fantasmão, onde pessoas de várias tons de pele canta a igualdade dos guetos. Letra reta e direta.

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O rosto pintado como no livro de Frantz Fanon, trechos da poesia de SolanoTrindade.

Sua música: Eu sou negão leva na letra, um discurso, que assino em baixo.

No You Tube onde está a música já teve mais de 350 mil exibições. http://www.youtube.com/watch?v=b23M3u6w5ZY

Eu sou negão

Banda Fantasmão:

Eu te digo que você sai do ghetto
Mas o ghetto nunca sai de você
Se é que você tem o ghetto no coração*


Eu sou da favela
Eu vim do ghetto


Batendo na panela, derrubando o preconceito
Pra você que pensa, que nego correndo é ladrão

Tem branco de gravata
Robando de montão
Mas pra você do samba
Que não tem classe, não tem cor
Que vai bater seu peito
E despertar o amor


Eu sou negão, eu sou do ghetto
E você, quem é?

Sou fantasmão, eu sou do ghetto
E você, quem é?
Eu vim de lá, de lá eu vim

Não foi tão fácil chegar aqui
Esse microfone, é meu armamento

Sou fantasmão,
Tou pronto pro arrebento


Eu sou negão, eu sou do ghetto
E você, quem é?

Sou fantasmão, eu sou do ghetto

Eu acredito no homem
De cabelo crespo, de pele escura
Que andava entre mendingos e leprosos
Pregando a igualdade
O homem que é chamado Jesus
Só ele sabe a minha hora*

Vou voltar a fazer poesia

Campanha começa com caminhada

O dia começa com as notícias do começo das campanhas eleitorais. Ontem (06), dia em que começou oficialmente a campanha eleitoral, e os candidatos ao governo de São Paulo.

Pela manhã, Mercadante fez uma caminhada em Osasco, na Grande São Paulo, e, no começo da tarde, percorreu as ruas de Jacareí, no Vale do Paraíba. No final do dia, estava prevista uma visita 42ª Feira Internacional de Calçados e Acessórios, em São Paulo.

Alckmin fez uma caminhada pela manhã no município de Campinas e não havia previsão para compromissos na tarde de hoje.

Já Skaf fez uma caminhada no começo da tarde na Rua 25 de Março, região central na Capital paulista. E os candidatos Celso Russomano e Fábio Feldmann não tiveram nenhuma agenda pública.

O portal Terra SP: “Skaf aposta em exposição para ganhar eleitores”

http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4547199-EI15341,00-SP+Skaf+aposta+em+exposicao+para+ganhar+eleitores.html

coloca uma foto significativa:

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Paulo Skaf teve dificuldades para ser reconhecido pelos eleitores
Foto: Amauri Nehn/Futura Press

O andar de Skaf, para enfrentar os problemas sociais e de inclusão. O lixo que é a desorganização atual do estado, e a população excluída fruto da conjuntura econômica. O homem sentado na calçada, encolhe as pernas e espera.

Os comerciantes informais, camelôs são a mostra que o povo se organiza apesar do estado. Como Skaf irá responder a essas demandas?

“Com Marianne Pinotti, e de cerca de 20 militantes do PSB, Skaf sentiu na pele o peso de seu anonimato frente aos eleitores. Durante o percurso, ele foi pouco reconhecido pelas pessoas.”

A declaração de Skaf em relação aos candidatos de peso do partido como Gabriel Chalita e Luiz Erundina, que já afirmaram publicamente que não farão parte de sua campanha. "Eu quero o apoio do povo de São Paulo (...) porque o apoio do PSB eu já tenho", disse.

É um andar que tem que ser acompanhado. O olhar do homem na foto diz muito, ele irá pisar no lixo, se desviar? Ou esbarrar em minhas pernas? Vai me ajudar a sair dessa situação?

O Estadão com “Skaf inicia campanha com caminhada no centro de SP” http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,skaf-inicia-campanha-com-caminhada-no-centro-de-sp,577366,0.htm coloca uma importante declaração de Skaf sua candidatura representa uma alternativa real à histórica disputa entre PSDB e PT em São Paulo. "Finalmente existe a possibilidade de mudar. São sempre os mesmos nomes e as mesmas propostas. Agora temos a novidade", disse. Nas próximas semanas, ele pretende fazer uma caravana pelo interior do Estado.

Na foto com a situação caótica atual, a esperança de resistência do povo, as bandeiras brasileiras, penduradas na janela, mesmo com a derrota da seleção de futebol.

O Brasil não é o “país das chuteiras”, vive e continua na força de seu povo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

PARTICIPAR PARA MUDAR Artigo

SDC10744

Presidente do Diretório Municipal de Monte Alegre do Sul, Ricardo Pignatti no Encontro de militantes e dirigentes do PSB em 8 do 5 de 2010 cidades vizinhas de Mogi Guaçu, Jaguariúna, Águas de Lindoia, Itapira, Mogi Mirim, Lindoia e Monte Alegre do Sul. Em pauta, o cenário eleitoral de 2010 e o fortalecimento do partido na região.

SDC10755Ricardo Pignatti numa intervenção

“Política é sempre ação coletiva. Requer uma vocação especial para a identificação, a articulação e a busca de soluções para os problemas decorrentes de interesses heterogêneos, muitas vezes conflitantes, mas sempre coletivos (“política” que é feita só em torno de interesses pessoais ou grupais pode ser compadrio, negócio, ou até mesmo cosa nostra, mas certamente não será aquilo que, pelo menos desde Aristóteles, é identificado com a busca do bem comum).

Política exige organização e organizadores, o que pressupõe tanto a definição dos agentes e dos espaços físicos e institucionais, como a clareza quanto aos fins e aos meios visando a realização de um programa de ação. Essa é, aliás, a grande função social dos partidos: organizar a política como ação coletiva.”

As duas explicações acima são de Maria Victória Benevides, professora titular da Faculdade de Educação da USP. “Nenhum homem é uma ilha”, outra conhecida frase, também ajuda a compreender que conviver em sociedade significa viver entre interesses e necessidades. E conviver numa cidade significa ainda que os indivíduos podem – e devem – exercer sua cidadania: um conjunto de direitos estabelecidos, ou a serem regulamentados, pela legislação.

Cidadania é uma palavra que veio do latim: civitate era a cidade. Política é uma palavra do idioma grego: polis era a cidade. E igualmente ambas significam as ações daqueles que moram na cidade, ou seja, as ações daqueles que vivem em sociedade. Pode até parecer, para muitas pessoas, que a política é uma coisa não tão boa, e a cidadania é outra coisa, quem sabe um pouco melhor... (Se pensarmos nos inúmeros escândalos políticos atuais)

Convém não confundir política e partidos. O partido é um dos jeitos importantes dos cidadãos organizarem a política. Mas “fazer” política você faz, mesmo que não perceba, sabe por quê? Porque até quando você escolheu não fazer, ou deixou os outros fazerem, você já fez. Ser neutro é consentir que estejam “fazendo” política por você. Quer dizer, estão agindo (ou não) de acordo com interesses que podem não ser os seus, e nem os coletivos.

Num Estado democrático de Direito, a participação dos cidadãos tem que se basear em informação e consulta. A Constituição prevê e garante o controle participativo da gestão pelos cidadãos. Mas não ocorre a participação, se não há informação sobre os problemas, os planos e os recursos públicos. Em segundo lugar, deve haver consultas, isto é, os governantes precisam participar e ouvir a comunidade através dos conselhos representativos.

Tanto faz o nome. Política ou cidadania, portanto, é sempre qualquer tipo de ação ou de omissão que se tem na comunidade onde vivem os cidadãos. Ou melhor, onde convivem os cidadãos na busca do bem comum, como dizia o filósofo.

Dra. Dora candidata a deputada estadual, a presença da mulher no PSB, Deputado Dr. Ubiali PSB e companheiros

Artigo COLABORAÇÃO DO:

Ricardo Pignatti presidente do PSB em Monte Alegre do Sul, militante organizador do PSB na região.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Como superar as desigualdades de mulheres, negros e indígenas?

Qual a posição da militância do PSB?

A liderança do PSB na Cãmara anuncia: “Mulheres, negros e indígenas reclamam mais participação no Congresso.”

Seminário sobre a Subrepresentação da Sociedade no Parlamento Brasileiro

Objetivo: Trazer para a discussão interna do Parlamento a questão da subrepresentação de significativos setores ou grupos da sociedade (negros, mulheres e indígenas).. Para enriquecer a discussão é importante também conhecer o pensamento da sociedade organizada e os conhecimentos e análises produzidas sobre o tema.

No seminário“A sub-representação da sociedade no Parlamento brasileiro” realizada no dia 30 de junho na Câmara dos Deputados, se efetuou a pergunta porque a baixa representatividade, e como os partidos políticos tem enfrentado esta situação.

A pergunta muito repetida, de forma simples em todos os setores. Por que negro não volta em negro? Mulher não vota em mulher, pobre não vota em pobre?

Várias respostas existem, nesse seminário, ecoou forte como um tambor, uma voz de uma militante a representante da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), ressaltou que há um limite para a atuação dos movimentos sociais. "Nós nos articulamos, colocamos nossas pautas, mas no Congresso há sempre uma barreira". Maria Cristina Mendes é vereadora pelo PSB em Macapá – Amapá.

A vereadora Maria Cristina do Rosário Almeida Mendes, coloca de uma forma direta. Ecoando com voz clara e firme:

“como existem poucos negros e negras no poder, eles não conseguem agregar número suficiente de aliados”.

A postura da vereadora corta firme: "Foi o que ocorreu com o Estatuto da Igualdade Racial agora no Senado, em que até uma vírgula é questionada"

Na opinião da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), militante em defesa dos direitos da mulher levanta: “o problema deve ser enfrentado nos partidos políticos. A parlamentar ressaltou que, durante a discussão da reforma eleitoral, as mulheres reivindicavam cota de 30% dos recursos do fundo partidário, mas conseguiram apenas 5%.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) lembrou que vários partidos estão adiando o registro de suas candidaturas porque não conseguiram cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas. Na opinião do deputado, isso pode ser consequência "da resistência de mulheres que não querem ser inscritas como ‘laranjas’ apenas para cumprir a lei".

Quando se ouve vozes firmes dizendo Mulheres, negros e indígenas defenderam que sem representação política não há como superar as desigualdades. Pergunta-se quem são?

A fragilidade dos movimentos populares e sociais, na hora de votar, é algo que em São Paulo, temos sentido com tristeza.

Procurei saber quem é Maria Cristina do Rosário Almeida Mendes, vereadora do Amapá e fiquei orgulhoso, de ver uma descendente de Zumbi e Dandara.

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Cristina Almeida, Macapaense, negra, 41 anos, casada, sua família tem raízes na comunidade negra do Carmo do Macacoari. Em 2002 foi Secretária de Estado da Indústria, Comércio e Mineração. Em 2003, assumiu a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Turismo , em Macapá. De 2003 á 2006 foi Superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA/AP.

A vereadora Cristina Almeida PSB, foi eleita em 2008, em Macapá como a terceira mais votada.

Foi candidata a senadora pelo PSB em 2006.

A sua trajetória mostra também um importante postura. A companheira do Movimento Negro, militante atuante em defesa das comunidades quilombolas do seu estado Amapá, ocupou cargos de destaque. Como Secretária de Estado da Indústria, Comércio e Mineração e, assumiu a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Turismo, Superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Um espaço como cidadã, digna e capaz. Suas posições lembram Esmeraldo Tarquinio do então MDB, prefeito eleito e impedido de tomar posse pela ditadura em 1969.

Tarquinio

Tenho lido o livro do jornalista Antonio Lucio secretário e amigo de Esmeraldo Tarquinio, 40 ANOS DO SILÊNCIO POLÍTICO, livro obrigatório para se ler. Antonio Lúcio fala sobre a trajetória deESMERALDO Soares TARQUÍNIO de Campos Filho. Vereador em Santos, eleito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1959, líder do Prefeito José Gomes na Câmara Municipal de Santos, integrou a dissidência do partido que formou a Ação Socialista e se fundiu com a dissidência do antigo PTB que formou o Movimento Trabalhista Renovador (MTR) liderado por Fernando Ferrari, partido pelo qual se elegeu em 1962, deputado estadual à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, com 7.193 votos, a maioria dos quais, 5.800, conquistados

Em outubro de 1968, foi candidato à Prefeito de Santos pelo MDB e eleito com mais de 60% dos votos válidos.”

Foi cassado pela Ditadura em 1969, antes de tomar posse.

Ouvi em 1982 nas reuniões da Rua Madre Teodora onde se reuniam os militantes negros do PMDB, junto com o então candidato Franco Montoro. A promessa de se eleito governador haveria uma Secretaria a ser ocupada, por um dos participantes. O espaço era a Secretaria da Justiça a ser ocupado pelo nosso companheiro, Esmeraldo Tarquínio.

Ouvi de sua boca uma frase que repito até hoje:

“Negro, mas não somente negro!”

Um espaço como cidadão, digno e capaz.

Em 1969, Esmeraldo eleito prefeito de Santos, não tomou posse cassado pela Ditadura.

Tarquinio 1 Em 1982, quando certamente seria eleito deputado estadual, e ocuparia uma secretaria no Governo Montoro. O socialista Esmeraldo faleceu em 10 de novembro, cinco dias antes da eleição.

O cargo da secretaria nunca foi ocupado.

Vejo as histórias de Cristina Almeida do Amapá, e o meu coração bate forte como o tambor que ela leva na voz em defesa dos oprimidos.

sábado, 3 de julho de 2010

Militância Socialista em São Paulo

Convenção do PSB na Avenida da Liberdade. Socialistas com história de luta e militância.

Encontro de grandes amigos.

Festa a Nêgo Ailton líder sindical grande estrategista do Movimento Negro e Fumaça do Glicério mago da computação gráfica.

Fumaça, Nêgo Ailton e Mano Velho Hugo.

Domingo sol forte, quase um verão, bares cheios, muita conversa.

Edimur e Hugo um reencontro de quase 25 anos.

Edimur relembrando antigas histórias de luta. Fumaça finalmente ouvindo os nêgos velhos…

Companheiros da antiga secretaria da Descentralização e Participação do Governo Democrático de Franco Montoro 1 984. Na luta pela redemocratização a Secretaria junto com os movimentos populares da Capital, deram importante contribuição para a Campanha DIRETAS JÁ!

Seu Nilo militante e líder metalúrgico, valoroso na luta pela queda da Ditadura, atuou nas fábricas de Santo Amaro, onde teve importante papel por sua seriedade e valor..

Hoje presidente do Instituto Cidade Tiradentes, onde desenvolve programas comunitários e sociais.

no telão a emoção do socialista Chinelo, líder metalúrgico, e militante histórico do movimento pela Igualdade Racial.

Outro reencontro de mais de 15 anos: Zé Gaiola, líder metalúrgico, fundador do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, com a Teacher Josiani (dona Pretinha), participou com o nosso finado companheiro Alessandro (Deus o tenha) do projeto e criação do Centro de Formação de Trabalhadores do Sindicato de Itatiba.

Zé Gaiola com a alegria vinda da alma, com Mano Velho Hugo.

Junto com o presidente do Sindicato de Itatiba – José Avelino Pereira o Chinelo, Hugo com outros companheiros criaram em 1984: a Secretaria Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento da Igualdade Racial na Força Sindical. Na época um salto de qualidade, que se concretiza hoje em 2010, com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial em Brasília.

Edimur, com o filho Danilo e nora, Mano Vellho Hugo. Risadas da antiga e nova geração…

A força da mulher. A presença e o afeto do encontro das companheira socialistas, na Convenção do PSB.

Candidata a deputada Eliana, Souza e companheiros representando Cidade Tiradentes.

Professor Wilson candidato a deputado estadual, e seu Nilo presidente do Instituto Cidade Tiradentes.

Manhã de sol, Egídio, Aillton companheiros, seu Nilo e dona Pretinha.

Diego, Fumaça e a turma do Glicério, confraternizando com os nêgos velhos Hugo e seu Nilo.

Companheiros socialistas olhando o futuro!

Fotos: hugo ferreira/josiani

Discurso de Paulo Skaf candidato ao governo de São Paulo. Foto oficial PSB

Convenção PSB São Paulo


Domingo dia 27 de junho ocorreu na Casa de Portugal, a Convenção do PSB São Paulo, Partido Socialista Brasileiro. Lançada a candidatura de Paulo Skaf ao governo de São Paulo, e foram homologadas as candidaturas a deputados.

clip_image001 Casa de Portugal na Avenida da Liberdade

clip_image002 Casa de Portugal

O local da Convenção, hoje Casa de Portugal , antes foi sede de uma entidade afro-brasileira “A Frente Negra Brasileira foi fundada em 16 de setembro de 1931 e durou até 1937, tornando-se partido político em 1936. Foi a mais importante entidade de afro-descendentes na primeira metade do século, no campo sócio-político.” depoimento de Francisco Lucrécio para o livro Frente Negra Brasileira.

Em 1936, Vargas no Estado Novo, fechou os partidos políticos e o local foi vendido em 1937, e tornou-se a Casa de Portugal, famosa por suas comemorações e bailes, " representando os valores históricos e culturais, dos portugueses em São Paulo

clip_image003Antigo cine Niterói

Nos anos 60 e 70, com a influência dos imigrantes japoneses, existia em frente a Casa de Portugal, o Cine Niterói, especializado em passar filmes japoneses (sem legendas!!!) acredite eu fui assistir alguns filmes...

Curiosidades

1) Os amigos brasileiros de Susumu (dono do cinema) sempre perguntavam o por quê do nome do cinema, pois Niterói é no Rio de Janeiro, estado que tem rivalidade com São Paulo. Susumu tinha uma resposta na ponta da língua:

Niterói é soma de Nitto e Herói. Nitto é Japão, portanto, significa “Herói do Japão”! http://www.culturajaponesa.com.br/htm/susumutanaka.html

clip_image004Boliviano (índio aimará) e o nigeriano.

Hoje o bairro além de ser o Bairro Oriental, tem grande quantidade de imigrantes de outros países. Antes da Convenção, passamos num buteco, e encontramos um boliviano conversando com um nigeriano. Os dois não falavam português direito. O nigeriano falava inglês, o boliviano indigena falava espanhol (?). Em que língua eles falavam entre si? Esse é o bairro da Liberdade...

Nós conversamos com o nigeriano em inglês.

clip_image005 Diversidade Cultural. África/Brasil e países do Oriente.

clip_image006 Velhos Militantes com o povo.

clip_image007 Roupa africana presença da mulher brasileira.

clip_image008Socialista com a mão no coração.

clip_image009 Boneco representando dep. Márcio França

clip_image010 Avenida da Liberdade.

clip_image011 Interior bandeiras, PSB Itatiba presente.

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A surpresa, enquanto o candidato Chinelo discursava, um militante fez a saudação de punho negro fechado. Proposta de Igualdade Racial.


clip_image013 Articulando no meio da Avenida Liberdade.

clip_image014 Reencontro de antigos militantes. O sol nos nossos cabelo esbranquiçados. Hugo Santo Amaro -capital e Ricardo presidente do Diretório do PSB de Monte Alegre do Sul.